terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Normal ou Anormal, eis a questão.


Depois de um bom tempo sem da as caras por aqui, eis me aqui. Mas venho por que hoje, depois de mais uma aula cotidiana do meu lindo curso ( psicologia ), sai da faculdade de forma leve, me sentindo com uma paz, nossa... e CHEIA  de questões na minha cacholinha( é, isso é bom sim ).

Bom, estávamos tratando nessa aula magnífica, sobre normalidade e anormalidade, o que é dito normal hoje, e anormal? O que me faz dizer que uma coisa é normal? Sabendo que o que é normal pra você pode não ser normal pra mim. Imagine tal caso: na cultura de algumas tribos africanas é comum excisão (castração) do clitóris nos primeiros anos de vida das meninas. Pois bem, como nos seria sem a parte que nos da à sensação de prazer? Seria normal a gente se deparar com essa realidade no nosso cotidiano? Pois pra eles é a coisa mais normal do mundo... 

Então faço esse questionamento sobre tais abordagens e percebo que as culturas, a globalização, os manuais médicos (psiquiatras) relatando o que venha serem síndromes, distúrbios e etc. tratar da normalidade é mais que criar parâmetros e denominar limites entre um distúrbio ou outro. Na época em que a Histeria era a doença do século o mundo vivia religiosamente, então todo surto era coisa do demônio, no século XX vivemos a era da depressão onde ninguém para, junto com a globalização trazemos a preocupação de manter uma vida boa e estável, ter um bom relacionamento, e saber que só tem um caminho, trabalhar e trabalhar, e aquele bom papo, as 17 h na frente de casa com amigas, não existe mais. No seculo atual ( XXI ) vivemos a era da psicopatia, não do psicopata em sí, mas das sindromes do individualismo, do egocentrimos, e seres cada vez mais egoistas e competitivos...Nos anos 80 o homossexualismo era uma aberração, eram internados, maltratados e presos, hoje graças a Deus temos- um pouco ainda - mas temos respeito. 

Logo venho com mais uma questão, o que é novo, conhecido, passa a ser normal, e o que é desconhecido anormal? Somos ou não normais? Depois de tantas perguntas só posso dizer uma coisa, vamos fugir da preocupação de sermos certos, normais por que ate o que é normal demais é uma patologia (normopatia, o nome pra quem quiser pesquisar hahaha) somos normais demais, somos anormais demais, estejamos certos disso... Quem nunca já fechou a porta do carro pra entrar no mercado e logo perto de entrar se questionou – eu fechei o carro? - agora imagine um portador de transtorno obsessivo compulsivo fazendo isso umas 15 vezes?  Quem nunca se deparou na escolha da roupa tamanha a indecisão de causar raiva? Agora imagine um portador da síndrome da duvida no desespero de saber com o que lhe caberá bem e se desesperar por nada achar, e simplesmente perder o programinha devido a essa síndrome....?

Bom trago esses exemplos por que todos estão passivos de compreensão, todos, possuímos um pouco mínimo do que é patológico( anormal ), mas em dosagem bem homeopática claro... E o que faz a diferença é esse grau acentuado, mas pra livrar de todo o questionar, vou deixar algo que o pai da psicanálise certo dia falou: ‘’Desce as profundezas do inferno e nomeia teus monstros e depois disso eles não mais te perseguirão. Depois que destes nomes, como: avareza, medo, egoísmo, inveja, panico, coragem, paixão, odio, rancor, culpa e todos os outros 7 pecados capitais e cardeais que possuímos e que é inerente ao ser humano (os sentimentos  ), veremos que nossos monstros não nos afligirá.’’ (Sigmund Freud ) - Reflita.

Quando Fui Chuva - Maria Gadú

Quando já não tinha espaço, pequena fui
Onde a vida me cabia apertada
Em um canto qualquer,
Acomodei minha dança, os meu traços de chuva


E o que é estar em paz
Pra ser minha e assim ser tua
Quando já não procurava mais
Pude enfim nos olhos teus, vestidos d'água,
Me atirar tranquila daqui
Lavar os degraus, os sonhos, as calçadas

E, assim, no teu corpo eu fui chuva
... jeito bom de se encontrar!
E, assim, no teu gosto eu fui chuva
... jeito bom de se deixar viver!
Nada do que fui me veste agora
Sou toda gota, que escorre livre pelo rosto

 

E só sossega quando encontra tua boca
E, mesmo que eu te me perca,
Nunca mais serei aquela que se fez seca
Vendo a vida passar pela janela